Comércio de Santa Cruz do Sul (RS) sente o impacto da pandemia do coronavírus

Em decorrência da pandemia do coronavírus muitas empresas sentiram o impacto de ficar com as portas fechadas, durante um período. Não foi diferente com o comércio de Santa Cruz Do Sul, distante 150 km de Porto Alegre.

Para conter a covid-19, o Estado do Rio Grande do Sul tem trabalhado com o distanciamento controlado através do anúncio de bandeiras. Semanalmente o Estado apresenta orientações sobre a bandeira do município, de acordo com a região. Na sexta-feira, 10, Santa Cruz havia sido classificada na bandeira vermelha, o que permite abrir apenas serviços essenciais. Mas o município entrou com pedido de recurso, e na segunda-feira, 13, foi anunciado que a cidade voltou para bandeira laranja, podendo abrir o comércio.

Essa é uma boa notícia, pois muitos empresários e profissionais que trabalham no comércio estão com medo do que ainda pode acontecer, principalmente nas próximas semanas, caso ainda volte para a bandeira vermelha, impedindo o comércio de abrir as portas.

Mesmo Santa Cruz sendo uma das cidades do interior do Rio Grande do Sul que mais emprega, é visível o impacto da crise do coronavírus na economia local, principalmente no comércio e serviços.

A redação do Valor Diário conversou na terça-feira, 14, com Jaime Inácio Sehnem, 44 anos, gerente de uma Loja de roupas muito tradicional na cidade, a Pioneira. Ele nos contou como avalia o momento. Confira a entrevista:

Comércio de Santa Cruz do Sul
Comércio de Santa Cruz do Sul (RS) sente impacto da pandemia do coronavírus Foto – Arquivo Pessoal

Valor Diário: Na sua opinião, qual foi até o momento o impacto na pandemia no comércio?

Jaime: No primeiro momento seria o desemprego. Porque muitos foram desempregados nessa questão da pandemia. Principalmente pessoas com problema de saúde, idade superior a 60 anos. Muitas empresas não aguentaram e fecharam.  Então assim, está difícil de manter qualquer negócio. Além de tributação alta que temos todo mês, a questão do consumo que também não é tudo aquilo, porque reduziu bastante. ‘Ah mas tem bastante fila nas lojas’, mas isso é em decorrência que em março não tinha movimento, as lojas estavam fechadas. E esse pessoal que não comprou em março veio em junho fazer as compras. Até então não tinha o porquê de fazer as compras porque estava quente. E agora ficou mais frio e o pessoal resolveu fazer compras.

Valor Diário: Algumas pessoas da empresa que você trabalha foram demitidas ou tiveram redução de salário?

Jaime: Algumas foram demitidas sim por essa questão de redução. E os aprendizes tiveram redução de jornada. E também tivemos a questão do banco de horas. Períodos que a gente não trabalhou, tem o banco de horas que o pessoal fez. Então assim, se fechar o comércio novamente muita gente vai ser demitida. Não só na nossa empresa, mas a gente também vê em muitas outras empresas as pessoas sendo demitidas. Todo o comércio em geral, funcionários estão preocupados. Então está bem difícil a situação.

Valor Diário: Na segunda-feira, 13, saiu que Santa Cruz permanece na bandeira laranja, o que é importante para a economia local. Se chegar a fechar o comércio nas próximas semanas, poderá ser ainda mais prejudicial a crise econômica?

Jaime: Muito preocupante. Além do que o pessoal depende muito das vendas, principalmente o pessoal do comércio, onde as comissões são a principal elevação do salário. Se chegar a fechar novamente vai prejudicar bastante. Até porque mercadorias deixarão de serem vendidas. A questão de venda é muito preocupante.  Claro que a gente sabe que isso é uma questão de saúde e não podemos só pensar na lucratividade, mas a gente tem que pensar no depois.

Valor Diário: O que a empresa de vocês tem feito para driblar a crise?

Jaime: A gente sempre preza a questão do bom atendimento. Temos boas condições de pagamento, como cartão de crédito, parcelamos em seis vezes. E a mercadoria que a gente procura ter dentro da empresa é a que tem bastante giro.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.