A pandemia de Covid-19 que afeta o país também alterou de sobremaneira a vida dos pequenos empreendedores. Em Curitiba, muitos deles se uniram em torno do Movimento Fechados Pela Vida, conforme já demonstramos aqui e buscam alternativas para continuar os negócios.
Na última segunda-feira, 08 de abril, conversamos com Fabíola Nespolo, uma das sócias do espaço Rua Pagu que, por sua vez, é um dos estabelecimentos que aderiram ao Fechados Pela Vida. O local se destacou ao apresentar inovações para continuidade dos negócios em meio à pandemia com respeito às medidas de segurança e isolamento.

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Covid-19 traz grande desafios aos pequenos estabelecimentos em Curitiba
A Rua Pagu corresponde a um espaço criado em Curitiba em 2018. O local, que combina cultura e gastronomia, é um investimento das sócias Ana Luísa Richetti, Carolina Coneglian e Fabíola Nespolo, que conversou com o Valor Diário.
Questionada quanto ao motivo que levou o espaço a aderir ao Movimento Fechados Pela Vida, Fabíola aponta que ela e suas sócias concordam com as exigências e posicionamento do movimento. Tais reivindicações, por sua vez, são relativas à necessidade de que o Estado cumpra minimamente com seu papel oferecendo segurança, saúde e apoio financeiro à sociedade neste momento de pandemia.
Dessa maneira, a Rua Pagu, assim como diversos outros estabelecimentos curitibanos, está atendendo tão somente para entregas (delivery) e retirada. Isso pretende, pois, evitar aglomerações e respeitar as medidas de segurança indicadas pelos órgãos de saúde.
Segundo Fabíola, a maior dificuldade durante a pandemia para continuidade dos negócios é a ausência de qualquer respaldo governamental quanto a incentivo fiscal, disposição de crédito ou regulamentação e fiscalização das exigências sanitárias.
Inovações para enfrentamento da pandemia em Curitiba
Perguntada sobre o apoio do público da Rua Pagu nesse momento de dificuldade, Fabíola aponta que o faturamento mensal caiu em cerca de 85%. Isso, segundo ela, reflete a dificuldade financeira que o próprio público está enfrentando. Outro ponto relevante condiz à cautela sobre o que está consumindo e levando para dentro de casa.
Contudo, apesar de uma das dificuldades apontadas ser a de se reinventar diante da nova realidade e se sobressair diante da imensa concorrência, Fabíola também apontou inovações promovidas pela Rua Pagu.
Primeiramente, aponta a entrevistada, o espaço fechou completamente em 18 de março reabrindo em 02 de abril apenas para entregas e retirada no balcão.
Há cerca de duas semanas, porém, a Rua Pagu criou um sistema de drive-thru. Nesse sistema o cliente retira o seu pedido no espaço com o mínimo contato com terceiros, dentro do seu próprio veículo. Aliás, tanto o pedido quanto o pagamento podem ser feitos pelo celular de maneira remota.
Além disso, uma vez que o espaço se encontra em local aberto, foram disponibilizadas poucas mesas para a alimentação no próprio local. Isso, segundo Fabíola, é realizado com o devido distanciamento e higienização.
Quanto às expectativas para o futuro, por fim, Fabíola mostra ressalvas. Segundo ela, houve demora em se tomar medidas de contenção à pandemia.
Dessa maneira, o período de crise deve se estender. Conclui, assim, que não acredita que o funcionamento dos negócios restabelecido de forma segura antes de outubro. Isso levou à decisão das sócias em colocar o espaço à venda, o que infelizmente tem sido uma decisão tomada por inúmeros estabelecimentos em Curitiba.
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