Violência doméstica aumenta na pandemia; conheça ações realizadas

No mês de abril os atendimentos da Polícia Militar a mulheres vítimas de violência aumentaram 44,9% no Estado de São Paulo. Muitas mulheres tem relatado a dificuldade para fazer a queixa. O aumento da violência doméstica é resultado do isolamento social, uma das medidas adotadas para enfrentar a pandemia no coronavírus.

Mesmo as autoridades implorando para a sociedade que fiquem em casa para se protegerem do coronavírus, o aumento da violência doméstica – a grande maioria das quais são mulheres, crianças e indivíduos LGBTQ mostra que o lar é um lugar perigoso.

Dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a empresa Decode, feito a pedido do Banco Mundial, revela aumento de 431% em relatos de brigas de casal por vizinhos em redes sociais entre fevereiro e abril deste ano.

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Grupos intensificam divulgação em meio ao aumento da violência doméstica durante pandemia de coronavírus

Violência doméstica
Violência doméstica aumenta na pandemia; conheça ações realizadas Foto – Farmácias Associadas

Muitas regiões já apontaram aumento significativo em casos de violência doméstica, principalmente entre populações marginalizadas. Na Rússia, por exemplo, a queixa de violência doméstica das mulheres aumentou 70% no país nos últimos meses em decorrência da pandemia do coronavírus.

É por isso que muitos grupos e entidades tem unido forças para auxiliar as mulheres que estão expondo a violência. Por exemplo, aqui no Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, as farmácias passam a receber denúncias de mulheres vítimas de violência. É que os casos de agressões podem ser denunciados nos estabelecimentos que tiverem o selo “Farmácia Amiga das Mulheres”.

Outra ação é do Instituto Avon,  Uber e a agência de publicidade Wieden+Kennedy. Através de um número de telefone disponibilizado por chat (Whatsapp 11 – 944942415), as mulheres podem responder a algumas perguntas que identifiquem o grau de risco de assédio que sofrem.

A redação conversou com Nana Sanches a coordenação nacional do Movimento Mulheres Olga Benario (no dia 11 de junho) e que está envolvida em diversas campanhas (escrevemos sobre a Campanha nacional de apoio a diaristas durante a pandemia). Ela nos contou a sua percepção sobre o assédio contra as mulheres:

“Eu acho que a grande maioria das mulheres já passou por assédio, mas a gente normaliza. Não compreende o que é assédio, seja moral, seja sexual. A maioria das mulheres de todas as classes passam por assédio e essa inclusive é uma das nossas bandeiras. Tanto entender o que é o assédio e emancipar as mulheres nesse sentido de compreender, e como denunciar”.

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O que pode ser feito?

Violência doméstica
Violência doméstica aumenta na pandemia; conheça ações realizadas Foto – Pixabay

As unidades de saúde devem atualizar as vias de referência dos serviços disponíveis localmente para incluir informações sobre serviços de aconselhamento e apoio psicossocial, serviços de proteção, linhas diretas e abrigos.

Os prestadores de cuidados de saúde precisam estar cientes do risco de aumento da violência contra as mulheres durante esse período, para que, quando as sobreviventes cheguem aos serviços de saúde (com ou sem COVID-19 e se divulgam ou não a violência), elas pode receber cuidados de saúde adequados e compassivos. Os fornecedores podem ajudar os sobreviventes oferecendo suporte de primeira linha e tratamento médico relevante.

As organizações de resposta humanitária precisam incluir serviços para mulheres sujeitas a violência e seus filhos em seus planos de resposta ao COVID-19 e coletar dados sobre casos relatados de violência contra mulheres.

Infelizmente a violência contra as mulheres tende a aumentar em qualquer emergência, incluindo epidemias. O estresse, a interrupção das redes sociais e de proteção, o aumento das dificuldades econômicas e a diminuição do acesso aos serviços podem exacerbar o risco de as mulheres sofrerem violência.

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