Como o MEI pode se aproveitar da alta do dólar e também contornar a crise?

O empreendedor, seja ele de grande, médio ou pequeno porte, como um MEI, deve ficar atento aos desdobramentos de uma potencial crise mundial que se anuncia e assombra mais uma vez as economias dos países.

A pandemia, causada pelo coronavírus (Covid-19), vem impactando os mercados, desacelerando a produção mundial e forçando a queda no preço do petróleo. Isso diminui a receita de países produtores, como o Brasil. Todos esse acontecimentos influenciam no aumento do valor do dólar e também na queda da bolsa de valores.

Mas como isso pode prejudicar um microempreendedor (MEI)? Afinal, não seria um problema que afetaria somente as grandes empresas e investidores? Nessa matéria vamos te explicar como o empreendedor pode ser prejudicado e como ele deve se proteger aproveitando oportunidades.

Como o MEI pode se aproveitar da alta do dólar e também contornar a crise?
Como o MEI pode se aproveitar da alta do dólar e também contornar a crise?

O dólar alto pode gerar oportunidades para o MEI

Como o valor da moeda americana (dólar) valorizado em relação ao real, os produtos nacionais ficam bem mais acessíveis para o mercado exterior, ou seja, se o negócio do MEI é focado no comércio ou até mesmo serviços, exportar pode ser uma grande oportunidade.

Além disso, apesar de parecer complexo trabalhar com exportação, essa atividade pode ser feita de forma muito simples e contar com um serviço dos correios: Exporta Fácil

Contudo, é preciso entender dos procedimentos, normas, regulamentações e como receber pagamentos. Por isso, o Sebrae oferece um curso gratuito:

Esse curso também dá um certificado digital, com verificação de autenticidade após a conclusão, e é 100% gratuito.

O MEI deve ficar atento ao que não é permitido exportar

Uma primeira restrição é que o microempreendedor individual não exerça atividades atacadistas e respeite a lei complementar:  Artigo 17, inciso X da LC 128/2008.

Assim, não é permitida a exportação dos seguintes produtos:

  • cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições, explosivos e detonantes;
  • bebidas a seguir descritas:
    1. alcoólicas;
    2. refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas;
    3. preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado;
    4. cervejas sem álcool.

Produtos e serviços que podem ser vantajosos para o MEI ofertar

Em tempos de dificuldades financeiras as pessoas buscam ser mais eficientes, aproveitar ao máximo o uso dos seus recursos e assim, a economizar.

Assim, produtos e serviços que tenham como objetivo a redução de despesas podem ser muito requisitados, tais como:

  • Venda de produtos de limpeza concentrados, com maior rendimento;
  • Comercialização de roupas e objetos usados;
  • Serviços de conserto de aparelhos eletrônicos, celulares e eletrodomésticos;
  • Consultoria em economia doméstica e cursos de educação financeira;
  • Lavagem de carro à seco e com atendimento domiciliar, usando produtos específicos e biodegradáveis.

Dessa forma, o MEI pode encontrar oportunidades valiosas que estejam dentro da perspectiva da economia e eficiência.

O microempreendedor deve ter cuidado com empréstimos pessoais

Em uma crise econômica, muitas empresas acabam fechando, demitindo funcionários e consequentemente os índices de inadimplência aumentam bastante.

Dessa forma, os bancos, temendo prejuízos, aumentam a taxa de juros de linhas de crédito para compensar os riscos.

Assim, esses empréstimos podem ser muito prejudiciais, já que o custo do dinheiro é alto e o MEI pode ter sérias dificuldades para pagar, ainda mais se tratando de um momento de consumo em baixa.

Mas é possível conseguir boas opções de financiamento através das modalidades de microcrédito, que são oferecidas pelas principais instituições financeiras do país.

Uma dessas opções é ofertada pela Caixa Econômica:

O MEI também deve ficar atento e se precaver contra o calote

Dentro de um cenário negativo de falências e demissões e também com a inadimplência em alta, é preciso que o MEI se proteja contra eventuais prejuízos.

Uma boa ação é recorrer a seguros, ofertados pela grande maioria dos bancos, que protegem contra perdas financeiras.

Além disso, evitar fazer o famoso “pendura” também é uma atitude prudente. O MEI deve procurar realizar suas vendas através de maquininhas de cartão ou recebimento à vista em dinheiro.

Fazer uma boa gestão de estoque

A escassez de produtos, certamente, é um dos problemas que uma crise propicia.

Dessa forma, é aconselhável que o microempreendedor faça uma boa gestão do seu estoque.

Se o seu produto não é perecível, então, investir para deixar ele abastecido pode ser uma boa estratégia.

Mas caso o produto se estrague rápido, o melhor a fazer é procurar negociar com os fornecedores a compra futura e garantir o abastecimento sempre que precisar.

Planejamento e boa gestão é fundamental para o MEI minimizar os riscos

Uma crise tende a aumentar os preços dos insumos de produção ou até mesmo provocar a falta dele, como já citamos.

Para evitar a inviabilidade do negócio, o microempreendedor deve fazer um bom planejamento, como:

  • buscar crédito barato (como o microcrédito) e fazer um bom capital de giro;
  • negociar com seus fornecedores condições mais vantajosas e o devido abastecimento;
  • cortar gastos desnecessários e priorizar a austeridade financeira;
  • investir em máquinas e equipamentos mais eficientes e econômicos.

Com ações bem traçadas, é possível sobreviver a momentos turbulentos e também estar preparado para aproveitar oportunidades que possam surgir.

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