As doações destinadas ao enfrentamento da pandemia do Coronavírus no Brasil superaram os R$ 5 bilhões, de acordo com o monitor da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR). Só que a tributação é impasse para as doações que chegam às entidades e instituições com valor menor.
Leia também: Empresas demitem sem indenizar e mandam conta para o Governo
Doações no Brasil para pandemia superaram os R$ 5 bilhões

Dos R$ 5,1 bilhões doados, R$ 1,352 bilhão está ligado ao Grupo Itaú ou às famílias controladoras e suas fundações. Mas, desse valor total, as entidades e instituições recebem valor menor devido à tributação.
É que sobre as doações são cobrados valores do ITCMD (Imposto de Transmissão sobre Causa Mortis e Doação), definido pelos estados. A alíquota atual é de pelo menos 4%, podendo chegar a 8% do montante repassado por cada doador dependendo do estado.
E esses recursos tributários são pouco relevantes para a arrecadação dos Estados, ao mesmo tempo em que o tributo pode desestimular mais doações.
Além do Brasil, apenas Croácia e Coreia do Sul têm tributação semelhante.
Leia também: Programa do governo que financia salários será reformulado
ABCR defende a não tributação sobre as doações
Por isso a ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos defende a aprovação de uma emenda constitucional no Congresso para vedar a cobrança do ITCMD sobre doações às organizações da sociedade civil e aos institutos.
Já os especialistas argumentam pelo menos a isenção temporária diante do cenário de pandemia no país, pois acreditam que, não havendo tributação sobre as doações, mais empresas e pessoas se sintam estimuladas a doarem.
Se comparado a outros países, o Brasil ainda doa pouco. De acordo com o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), nos Estados Unidos as doações correspondem a 1,4% do Produto Interno Bruto. Por sua vez o Brasil, o percentual é 7 vezes menor, de apenas 0,2%.
Até o momento, esse é maior movimento de doações da história do país.
Leia também: Coronavírus: PIB deve cair 5,4% em 2020, diz estudo da FGV