A crise do coronavírus já trouxe reflexos no crescimento do emprego formal no Brasil. É que de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia, abril teve o pior saldo de emprego formal da história.
O mercado de trabalho brasileiro registrou em abril deste ano o fechamento de 860.503 vagas com carteira assinada. Foi o pior resultado para o mês de abril desde 1992, quando começaram os registros da série histórica.
A economia brasileira fechou 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre os meses de março e abril. O pior desempenho foi registrado no estado de São Paulo, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
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Demissão e pouca contratação: reflexos do coronavírus no Brasil

Esta é a primeira divulgação no ano, do “novo” Caged, e por isso os dados englobam os meses de janeiro a abril.
Os números oficiais do governo mostram também que, nos quatro primeiros meses deste ano, foram fechados 763.232 empregos com carteira assinada.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, falou sobre os números e os reflexos da pandemia:
“Tivemos 860 mil novos desempregados no Brasil. É um número duro, que reflete a realidade da pandemia que vivemos”.
Também comentou que até março os números de contratações vinham sendo positivos:
“Até março, as contratações desde ano eram superiores às contratações do ano passado. A partir de abril, houve um mergulho muito profundo nas admissões. Mas não é nenhuma surpresa, porque com o comércio e a indústria fechadas, com as atividades econômicas sofrendo bastante, é natural que não haja novas admissões”.
Também afirmou que mais de 8,2 milhões de acordos trabalhistas já foram registrados pela MP 936.
“São números duros, que refletem a pandemia. Mas que, por outro lado, demonstram a efetividade da politica conduzida pelo governo federal. […] Demonstram que o Brasil, diferente de outros países, está conseguindo preservar o emprego e a renda”.
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