OMS suspende estudo de hidroxicloroquina contra a Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a suspensão de seu ensaio clínico internacional com hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus após um estudo científico ter alertado sobre os riscos desse tratamento. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante a coletiva de imprensa na segunda-feira (25).

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OMS suspende estudo de hidroxicloroquina

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OMS suspende estudo de hidroxicloroquina contra o Covid-19 enquanto analisa os riscos Foto – Pixabay

A OMS toma posição três dias após um estudo publicado pela prestigiada revista médica The Lancet, em que a eficácia, ou mesmo o perigo da hidroxicloroquina, foi claramente questionada. A pesquisa publicada na revista científica foi feita com 96 mil pessoas.

De acordo com este estudo realizado em quase 15.000 pacientes tratados com hidroxicloroquina, a molécula não proporcionou nenhum benefício aos pacientes com Covid-19. Ao contrário, estaria associado a uma maior taxa de mortalidade e causaria distúrbios do ritmo cardíaco.

Esse artigo, com base em estatísticas relatadas por grupos que conduzem o estudo em muitos países, alertou para maiores taxas de mortalidade em pacientes tratados com hidroxicloroquina, por isso a OMS achou melhor suspender os estudos.

“A Organização Mundial da Saúde continua trabalhando incansavelmente para obter mais pesquisas de desenvolvimento”, afirmou Tedros.

E ainda disse que os estudos apenas estão suspensos:

“Estamos fazendo uma interrupção para analisar esses dados. Não se relaciona a nenhum problema atual no âmbito do ensaio. Estamos agindo com cautela”, declarou.

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Uso da hidroxicloroquina gera controvérsias

O medicamento era usado rotineiramente contra a malária, uma doença para a qual ainda é indicada, segundo a OMS.

Outros estudos preliminares indicaram que o tratamento com hidroxicloroquina reduziu a mortalidade e o tempo de hospitalização dos pacientes afetados pelo Covid-19.

Já no Brasil, o Ministério da Saúde mantém indicação de hidroxicloroquina, mesmo após a OMS suspender uso.

A procura nas farmácias disparou e com ele também os preços. Uma caixa de 120 comprimidos que em dezembro custaria 245 hoje pode ser encontrada por 545.

Recentemente, também foi informado que o Governo Federal pagou pelo quilo da cloroquina em pó seis vezes o preço pago menos de um ano antes.

O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército comprou em maio 500 quilos do sal difosfato, a matéria-prima da cloroquina. A encomenda saiu por R$ 652 mil.

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