Pesquisa do Sebrae aponta que a crise afeta mais as empresas lideradas por mulheres
Devido à crise causada pela pandemia do coronavírus, os negócios pequenos foram muito afetados, e com eles as empresas lideradas por mulheres. O levantamento realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas apresentou as principais dificuldades para mulheres empreendedoras.
No estudo realizado, 52% das micro e pequenas empresas lideradas por mulheres paralisaram “de vez” ou temporariamente as atividades. Entre homens do mesmo segmento, o índice é de 47%. Além disso, a proporção de empresárias com dívidas em atraso (34%) é maior que a encontrada entre os homens (31%).
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Acesso a crédito para mulheres empreendedoras

Mais mulheres estão buscando gerenciar o próprio negócio, mas com a crise provocada pelo novo coronavírus elas têm encontrado um caminho com mais obstáculos.
Um dos pontos relatados na pesquisa é que as mulheres já vinham tendo dificuldade a empréstimos e créditos, e no levantamento realizado com 44% das mulheres donas de negócio entrevistadas, elas afirmaram nunca terem buscado um empréstimo bancário, contra 38% dos homens.
Desde o início da pandemia, apenas 34% das mulheres, de fato, já buscaram empréstimos (contra 41% dos homens).
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, é importante compreender a realidade das mulheres empreendedoras no Brasil:
“Embora as empresárias possuam uma média de escolaridade 16% superior à dos homens e estejam cada vez mais na posição de chefes de domicílio, elas continuam ganhando cerca de 22% a menos. No mesmo contexto, apesar de apresentarem uma taxa de inadimplência menor (3,7%) que os homens (4,2%), as mulheres donas de negócios acabam pagando juros maiores (35%) do que os homens (31%)”.
Alguns dados da pesquisa:
- As mulheres foram mais afetadas pela crise (52% fecharam “temporariamente” ou “de vez” contra 47% nos homens);
- Em média, as mulheres precisam 14% a menos que os homens para manter seu negócio sem fechar (R$12,4 mil contra R$ 14,5 mil nos homens);
- As mulheres utilizaram um pouco mais a medida da suspensão do contrato de trabalho (31%) do que os homens (27%).
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