Em Goiás, o Secretário de Saúde do Estado, Ismael Alexandrino, afirmou nesta segunda-feira (27) que o estado está passando pelo pico de casos de Covid-19. Além disso, a situação deve se estabilizar ainda esta semana.
“Acreditamos que estamos vivendo o pico ,e que esse pico se estabilize e vire um platô, ao longo dessa semana. O platô significa que os números de casos diários tende a permanecer o mesmo”, afirmou o secretario.
Entretanto, de acordo com a professora de medicina da Universidade Federal de Goiás, Érica Silveira, os casos ainda estão em expansão.
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Aglomeração e desrespeito às regras em Goiás agravam a situação
De acordo com Alexandrino, o desrespeito às regras de proteção, aglomerações, e falta de higienização são os motivos que agravam a situação em Goiás.
“O não uso de álcool gel e da máscara em algumas atividades, como temos visto, sobretudo em bares e restaurantes, nos preocupa. Isso vai ser fator determinante. Então, mais do que nunca, a população precisa contribuir, fazer a sua parte”, afirmou Alexandrino.
A taxa de ocupação das UTIs dedicadas ao tratamento da Covid-19 no estado, está em 81%. Porém, esse percentual só está nesse patamar porque foram inaugurados quase 30 novos leitos em hospitais de Anápolis e São Luís dos Montes Belos. Caso contrário, o índice ultrapassaria os 90%, conforme cálculos do secretário.
O Estado registrou até domingo (26), data em que o último balanço da Secretaria Estadual de Saúde (SES), foi divulgado, mais de 56 mil casos e 1.392 óbitos.
No entanto, a professora universitária, Érica Silveira apontou que o grande aumento de casos é alarmante. “Nós não temos mais no estado de Goiás uma curva epidêmica, nós temos um foguete”, conta.
Ela ainda declarou, que os números de casos e mortes até o momento, confirmam as projeções feitas pelos estudos da UFG, que previam o pico da doença na segunda quinzena de julho.
“É provável que, devido à baixa taxa de isolamento social, a gente continue com esses casos e número de óbitos crescentes, a galope, dessa forma que está”, considerou.
Reabertura total do comércio no Estado também facilitou o ápice de Covid-19
O Estado teve o funcionamento alternado do comércio, fechando 14 dias e depois reabrindo pelo mesmo período. No entanto, após o prazo com os estabelecimentos fechados, um novo decreto permitiu a reabertura total, sem previsão para nova interrupção das atividades.
A professora Erica afirma que essa mudança é preocupante, pois em vários países a retomada das atividades foi gradual, enquanto em Goiás ela aconteceu de uma vez e, sem um tempo para observar como foi o crescimento dos casos nesse período.
“Aqui no estado, a gente teve um panorama muito bom de fechamento em março, o que impactou em um número baixo no mês de abril. A partir de maio, quando se quebra esse isolamento social, a gente caí para baixo dos 38% de isolamento, a gente começa a observar essa escalada de casos e óbitos e, agora, nos últimos 17 dias após essa reabertura, a gente está vendo essa questão do aumento absurdo”, afirma.
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