Belo Horizonte, quarta-feira, 11 de maio, por Saulo Teixeira Rosa – A Natura (NTCO3) teve prejuízo de caixa de R$ 643,1 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), um aumento de 314,4% em relação ao mesmo trimestre de 2021, quando teve prejuízo de R$155,2 milhões.
Sendo assim, o EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 38,1% no 1T22, totalizando R$ 595,9 milhões. O site Valor Diário teve acesso ao relatório financeiro da companhia, para avaliar se a queda das ações daria um ponto de entrada.
Resultado financeiro da Natura no 1º trimestre
Vale ressaltar que, entre janeiro e março deste ano, a receita líquida foi de R$ 8,253 bilhões, um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2021. Em contrapartida, a margem Ebitda ajustado (Ebitda sobre receita líquida) foi de 7,2% no período, 3 pontos percentuais abaixo da margem do 1T21. No entanto, a empresa atribui a queda na margem a pressões de custos, inflação e quedas de vendas na Avon na América Latina e The Body Shop.
Segundo a Natura, o trimestre também foi afetado pelo aumento da inflação. Sendo assim, a inflação afetou os gastos discricionários nos principais mercados, pressões de custos na cadeia produtiva e os primeiros efeitos da guerra na Ucrânia.
Nos primeiros três meses de 2022, a receita bruta totalizou R$ 5,307 bilhões, uma queda de 13,4% em relação ao mesmo período de 2021. A margem geral foi de 64,3% no 1T22, 0,5% abaixo da mesma etapa do 1T21.
Dívida da companhia
A dívida líquida da empresa atingiu R$ 7,646 bilhões ao final de março de 2022, um aumento de 54,4% em relação ao mesmo período de 2021. Em março/22, o indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida ajustada/Ebitda, foi de 2,13 vezes. Portanto, esta alta de 0,95 vezes foi em relação ao mesmo período de 2021.
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Evidências positivas para a Natura
Apesar dos resultados e do ambiente negativos, a administração da empresa afirma ter visto alguns sinais positivos. No Brasil, a Natura teve um aumento de receita apesar de uma forte base de comparação. Portanto, a melhora foi graças a uma oferta de produtos que atende melhor a demanda atual, enquanto a Avon viu uma melhora no desempenho de suas fundações.
Portanto, apesar do impacto causado pela guerra da União Europeia e pelo ambiente macroeconômico, a Natura &Co reafirmou sua meta de EBITDA para 2024. No entanto, como resultado desses efeitos, a empresa agora espera atingir suas metas de receita líquida e crescimento em 2024, em vez de 2023, conforme planejado anteriormente.
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